Noel Rosa
Martinho da Vila, Aline Calixto
Quando eu morrer, não quero choro nem vela Quero uma fita amarela gravada com o nome dela Se existe alma, se há outra encarnação eu queria que a mulata sapateasse no meu caixão Não quero flores nem coroa com espinho só quero choro de flauta, violão e cavaquinho Estou contente, consolado por saber que as morenas tão formosas a terra um dia vai comer Não tenho herdeiros, não possuo um só vintém eu vivi devendo a todos mas não paguei a ninguém Meus inimigos que hoje falam mal de mim vão dizer que nunca viram uma pessoa tão boa assim Quero que o sol não invada meu caixão para a minha pobre alma não morrer de insolação